A arte de ensinar Jiu-Jitsu, por Adriano Machado

A arte de ensinar Jiu-Jitsu, por Adriano Machado

Quando alguém hesita em treinar Jiu-Jitsu, o professor Adriano Machado costuma dizer: “Vista o kimono, experimente uma aula, deixe o Jiu-Jitsu falar por si. O que parece difícil hoje pode se tornar a sua maior paixão amanhã.”

Conhecido pelo apelido de “Galego”, Adriano tem dois graus na faixa-preta e é formado pela equipe GFTeam. Logo após um recente seminário na Flórida, Estados Unidos, ele comentou com a nossa reportagem: “O Jiu-Jitsu é mais do que um esporte, é uma ferramenta de transformação pessoal. Fortalece o corpo, a mente e o caráter. O mundo seria bem melhor se todos praticassem BJJ.”

Confira a seguir a entrevista completa. Oss!

GRACIEMAG: Você vem ministrando seminários de Jiu-Jitsu muito elogiados nos EUA…
ADRIANO MACHADO: Sim, é muito gratificante ensinar as técnicas do Jiu-Jitsu Brasileiro, tanto as voltadas para a competição, como também as de defesa pessoal. É de extrema importância que nossas crianças pratiquem o BJJ, esporte que contribui significativamente para o desenvolvimento da autoestima, melhora o condicionamento físico e fortalece a capacidade de autodefesa. O aluno passa a caminhar pelas ruas de cabeça erguida, com mais disposição e segurança para enfrentar os desafios do dia a dia. Em julho, por exemplo, tive a honra de ministrar um seminário na Gracie Barra de Davie-FL (fotos). Recebemos 25 alunos, todos muito comprometidos e dispostos a aprender. Foi uma tarde marcada por muito aprendizado, troca de experiências e uma forte conexão entre todos os presentes.

Além de dar ótimas aulas de BJJ, você também tem uma carreira vitoriosa como competidor. Fale um pouco sobre os destaques da sua trajetória nas arenas do Jiu-Jitsu.
Iniciei minha trajetória em 2001 e, ao longo dos anos, desenvolvi uma verdadeira paixão por esse esporte. Decidi entrar no mundo das competições, começando por torneios menores, com o objetivo de me preparar e me fortalecer para os grandes desafios que estavam por vir. Com o tempo, disputei diversas competições promovidas por organizações renomadas, como IBJJF, CBJJO, FJJDRIO, entre outras, alcançando resultados expressivos. Fui vice-líder do ranking da FJJDRIO, tetracampeão mundial pela CBJJO, tricampeão brasileiro pela mesma federação, campeão sul-americano pela CBJJO, campeão NAGA de kimono, vice-campeão brasileiro pela CBJJ e terceiro colocado nas categorias Master e Sênior. Posteriormente, me mudei para os Estados Unidos, onde continuei minha jornada competitiva e conquistei diversos títulos em torneios Opens realizados pela IBJJF.

Qual é o segredo para transformar um aluno com desempenho mediano num grande campeão?
O segredo está na constância, mentalidade e direcionamento. Com disciplina, incentivo certo e um trabalho bem focado nas fraquezas e fortalezas do aluno, é possível transformar um desempenho mediano em resultados de alto nível. O talento ajuda, mas a persistência e o treinamento bem guiado fazem o campeão.

Qual é a frase motivacional que você gosta de repetir para você mesmo quando está passando por uma situação difícil na carreira?
Quando passo por situações difíceis na minha carreira, gosto de repetir para mim mesmo: “É no campo de batalha que os verdadeiros guerreiros são forjados.” Essa frase me lembra que os momentos desafiadores fazem parte do processo de crescimento e que, se eu permanecer firme, vou sair ainda mais forte.

Como você se define como professor de Jiu-Jitsu?

Eu me defino como uma pessoa atenciosa, técnica e motivadora. Minha filosofia é baseada no Old School, pois, na minha época, os grandes campeões se destacavam justamente por aplicarem um Jiu-Jitsu básico e extremamente eficiente. Para quem deseja se tornar professor, minha principal dica é: transmita tudo o que aprendeu ao longo da sua trajetória, não apenas as técnicas, mas também os valores. Ensine seus alunos a serem pessoas honradas, dentro e fora do tatame.

Quem é o seu grande ídolo na carreira, aquela pessoa que serve como diretriz nas suas grandes decisões?
Meu grande ídolo na carreira é o Roger Gracie. Sempre admirei a forma como ele representa o BJJ: simplicidade, técnica apurada e eficiência. Ele é a prova viva de que o básico bem-feito é imbatível. Além disso, sua postura dentro e fora dos tatames sempre me inspirou a manter a disciplina, a humildade e o respeito, valores que levo em consideração em todas as grandes decisões da minha trajetória como atleta e professor.

Quais são as suas metas para o futuro?
Minhas metas para o futuro incluem continuar competindo em alto nível e, em um futuro muito próximo, realizar um grande sonho: abrir minha própria academia de Jiu-Jitsu. Quero criar um espaço onde eu possa formar novos atletas, transmitir minha experiência e valores, e contribuir para o crescimento da arte suave com excelência e propósito.

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