Wind Torres, atual campeão europeu, quer ser referencia para os mais jovens no Jiu-Jitsu

Wind Torres, atual campeão europeu, quer ser referencia para os mais jovens no Jiu-Jitsu
Wind Torres conquistou o título no Campeonato Europeu

Wind Torres conquistou o título no Campeonato Europeu. Foto: Arquivo Pessoal

Aos 25 anos, nascido em Formosa (GO) , Windson “Wind” Torres vive a fase em que base sólida encontra alto rendimento. Judoca de formação, faixa-preta há um ano, ele compete entre os super-pesados, mantém calendário ativo em IBJJF e AJP e carrega um título que o projetou de vez: o ouro no Europeu da IBJJF de 2025. Hoje treina na Six Blades e tem em Xande Ribeiro um norte técnico e mental.

Questionado sobre as origens, Wind volta ao primeiro kimono e à virada pós-pandemia que mudou sua rota competitiva:

“Comecei no judô com 10 anos e migrei para o jiu-jítsu após a pandemia. Antes disso, eu só treina jiu para ajudar nos campeonatos de judô, mas, depois do pandemia, migrei 100% para os campeonatos de jiu-jitsu.” Antes de falar de medalhas, ele faz questão de registrar o impacto humano que o esporte teve em sua vida. A memória é direta e sem romantização, com nome e sobrenome para quem estendeu a mão no momento certo: “A minha história com o esporte é muito sincera. Posso dizer que o meu professor de judô me resgatou de um momento muito difícil da minha vida e me deu a oportunidade de ser alguém melhor, e ó jiu-jitsu continuou esse processo.”

O atleta também fal como a longa estrada de competições moldou seu jogo, Windson mede a resposta em experiências e carimbos no passaporte. As viagens expandiram idioma, cultura e repertório competitivo: “Eu estive em 6 países diferentes ao longo de 2 anos, e foi experiências incríveis, podendo conhecer novas culturas, costumes e idioma. Acho que o país que mais gostei de visitar foi a França, e o que mais gostei da cultura foi a América.”

Com resultados e visibilidade, veio a responsabilidade de servir de referência para quem está começando. Para Wind, influência é rotina e o atleta precisa compreender o alcance da própria voz: “Eu vejo o atleta como um grande influenciador, principalmente para as crianças e adolescentes, e isso é uma arma poderosa de transformação, com a qual podemos influenciar de forma positiva as novas gerações.”

Quando o assunto é o ouro europeu de 2025, o bastidor ajuda a entender a precisão que decidiu detalhe por detalhe. Foi sua entrada na Six Blades, o contato diário com Xande em ritmo de campeonato e a lapidação fina de ajustes à beira do tatame: “Lembro que foi minha entrada na Six Blades. E, além de estar conhecendo o sensei Xande pessoalmente, eu estava aprendendo com ele, e ele estava no ritimo de campeonato também. Então foi uma energia muito boa, por que ele me passou os detalhes na hora que fizeram todo diferença no resultado final.”

Provocado sobre futuro e legado, Wind fala simples e aponta para um projeto que vai além de colecionar pódios. O objetivo é marcar época e ampliar o alcance do esporte que o transformou: “Quero ser lembrado; quero alcançar os maiores eventos e mostrar o quão incrívelé nosso esporte.”

Sobre a convivência com Xande Ribeiro, ele mistura reverência e fome de evolução. Aprender com um ícone exige esvaziar o copo todos os dias: “É realmente um privilégio; tipo, o cara é um mago. Ele é extremamente técnico e faz eu me sentir um faixa branca, mas isso é muito bom, porque vejo que tenho muito a aprender e evoluir, e, com ele dando a direção, fica mais fácil chegar na melhor versão.” Nas referências que moldam seu estilo, Windson aponta para um eixo de fundamento, pressão e objetividade. É o clássico que resiste ao tempo, guia de quem encara chaves duras nos super-pesados: “Me inspiro muito no jiujitsu do sensei Xande, André Galvão, Bochecha; acho que é o clássico básico que funciona.”

Entre as ruas de Formosa, entre o judô da infância e o jiu-jitsu de alto rendimento, Windson Torres construiu um perfil competitivo de elite e uma narrativa de atleta-aluno. Com jogo de fundamentos fortes, preferência por estrangulamentos clássicos, atenção ao detalhe e calendário internacional, ele se posiciona entre os nomes a observar na divisão. E, como repete nas respostas, quer ser lembrado não apenas pelas vitórias, mas pela forma como as conquistou.

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